sábado, 3 de março de 2012

Eu acredito!

Ontem saí do estádio arrasado! Sofri com o início do jogo, vibrei com a reviravolta e voltei a sofrer com o empurrão que nos deram para a derrota. Saí do estádio com um sentimento de impotência perante certas forças que continuadamente nos atiram a nós para o fundo atirando outros para o topo. Vivo com isso à muitos anos mas não consigo habituar-me...

Nasci nos inícios da década de 80, e as primeiras lembranças que tenho do Benfica é de ouvir os relatos aos domingos a tarde com o meu pai e vibrar com os golos de Mats Magnusson. Lembro-me de ver o golo do Vata e da final perdida de forma injusta e inglória com o Milan. Lembro-me dos dois golos do César Brito. Antes da épica época de 93/94, são estas as lembranças que tenho. Era puto, e ainda não vibrava a sério com o Benfica. Mas já sentia o benfiquismo a crescer, fruto do benfiquismo do meu pai.

Comecei a viver e a sofrer com o Benfica com a chegada da minha adolescência. Infelizmente, coincidiu com as nossas épocas mais tristes. Artur Jorge e Vale e Azevedo fazem parte dos meus pesadelos mais sombrios. Mas, como qualquer paixão nascida entre sofrimento, o benfiquismo ficou gravado no meu coração. Deixei de poder viver sem o meu Benfica! Passou a fazer parte do meu dia a dia, e fiquei feliz com as nossas vitórias e arrasado com as nossas derrotas. Com o tempo, ainda tentei sentir-me neutro, como forma de defender-me perante tantas tristezas, mas não consegui. Faz parte de mim, e não consigo, nem quero, retirar essa parte de quem eu sou.

Na última década, tenho a vindo a sentir o Benfica novamente a crescer, a dar-me mais alegrias, a fazer-me sentir mais orgulhoso! E estou orgulhoso! O meu clube é forte, é grande, e é o meu! Mas nem tudo são rosas! E mais uma vez, com incapacidade nossa e com capacidade de outros (e não, não me estou a referir a equipas adversárias), tentam sabotar o nosso mérito! Mas meus amigos, se há coisa que aprendi na minha vida, é que não podemos deixá-los vencer! Para eles a vitória é ver-nos conformados e desistentes. Eu acredito nestes jogadores! E se não chegarmos ao fim com a vitória, certamente não vai ser por eu ter desistido. Eu acredito! Nada está perdido! Está mais complicado, está bem mais difícil, mas não perdido. Nesta altura de necessidade, é quando mais eles precisam de nós!

Por isso, terça-feira, e em todos os próximos jogos que eu puder assistir ao vivo, ou de coração, irei gritar pelo meu clube, pelos meus jogadores, e até pelo meu treinador! Benfica até morrer!

Eu acredito!

4 comentários:

Viriato de Viseu disse...

Eu já não acredito...enquanto se não der uma machadada no polvo corrupto, vai ser sempre mais do mesmo.
abraço

Filipe Araújo disse...

Antes de mais, agradecer pelo primeiro comentário neste meu espaço. Ainda por cima de um ilustre blogueiro e mais a mais, um conterrâneo meu!

Quanto ao seu comentário, tenho que acreditar, mesmo apesar de tudo. Sempre! Quando perder essa fé (ir)racional, deixo de ver futebol...

Vitto Vendetta disse...

Lembro-me tão bem de também tentar ficar neutro, no final dos anos 90. Mas não deu. Depois com a vitória do Boavista e do Sporting voltei, não sei bem como, a vibrar com o Benfica, porque voltei a acreditar que podíamos ganhar aos Corruptos. Bem-vindo à blogosfera gloriosa.

Abraço.

Filipe Araújo disse...

Obrigado!

É engraçado como tentei essa neutralidade mais tarde, quando começámos a ganhar alguma coisa. Penso que poderá ter sido pela desilusão pós título de 2005... Depois de tanto sofrer, sentir que podia ser a nossa hora, e de repente, voltar a ver tudo igual a antes. Mas felizmente, e apesar do momento atual, já estamos muito longe desses tempos!