Ontem foi mais um episódio num longo rol de episódios onde este Benfica mostra não saber ser cínico. Não se pode aceitar que numa fase crucial, em que com competência, se poderia alargar um fosso importante para o Porto, se não aproveite oportunidades como a de ontem.
Sim, eles trouxeram, não um, mas vários autocarros para a Luz. Sim, o árbitro foi complacente com perdas de tempo e quedas ridículas o jogo inteiro, sem que fosse visto um cartão que fosse (à exceção do GR, aos 87 min...). E sim, esta perda de tempo começou logo aos 4 minutos de jogo, e o árbitro, bem mandado, fez um excelente trabalho em "deixar" andar o jogo.
Mas a verdade é que mesmo assim, tivemos oportunidades de golo suficientes para golear. No entanto, o que realmente aconteceu foi bem diferente. Golos em barda falhados, e dois golos oferecidos ao Arouca. Isto é mental. Se fosse uma situação única, podíamos desculpar. Afinal, fizemos o suficiente para ganhar o jogo. Mas na verdade, são já muitas as situações em que perdemos pontos em jornadas onde é proibido perder pontos, em jogos que com outra concentração e eficácia, seriam favas contadas.
E meus amigos, se um dos problemas é a concentração, ontem também as substituições foram anedóticas. Se Gaitan a lateral ainda entendi, dada a total inoperância de Cortez, e o jogo de sentido único para a baliza do Arouca, já a entrada de Funes Mori foi um valentíssimo tiro dos pés! Mas JJ não sabe que não basta ter muitos pontas de lança para marcar golos, se não houver quem crie as oportunidades? A partir desse momento tudo começou a correr pior. Mas custava assim tanto ter colocado logo Ivan Cavaleiro em vez de Funes Mori? Não está em casa o Funes. Aliás, é quase criminoso lançar um jogador nestas circunstâncias. O que está em causa é o fio de jogo da equipa. Notou-se após a entrada de Funes que a equipa perdeu intensidade e controlo, que voltou a ganhar nos últimos minutos com Ivan Cavaleiro.
Foi apenas um jogo, é verdade. Mas ou começam a acordar para a vida, ou será mais um ano de desilusões.